quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A Ciência Química Vinda do Interior do Ceará

Mais de um 1/3 da produção científica da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA) publicada em língua Inglesa no ano de 2020 e indexada na base de dados Web of Science teve origem nos laboratórios do curso de Química da UEVA, em Sobral.


Produção Científica dos Pesquisadores(as) da UEVA Publicada em Língua Inglesa no Ano de 2020

De acordo com o relatório da FUNCAP sobre a produção científica do Estado do Ceará em 2020 publicada em periódicos internacionais (língua inglesa) indexados na Web of Science da empresa britânica Clarivate Analytics, no período de 01/01/2020 a 31/12/2020 e utilizando o filtro: affiliation para o descritor “universidade estadual vale do acaraú” os pesquisadores(as) da UEVA publicaram 44 artigos científicos registrados nessa base de dados.

O quadro a seguir apresenta os cursos da UEVA que mais contribuíram para a produção científica publicada em periódicos internacionais (língua inglesa) e indexados na base de dados Web of Science.

Curso

No de Artigos Publicados

Somatório das Citações

Média de Citações por Artigo Publicado

H-index (Índice H)

Artigos Publicados por Pesquisadores da UEVA (%)

Química

16

53

3,31

5

36,4

Zootecnia

10

11

1,10

2

22,7

Ciências Biológicas

08

18

2,25

2

18,2

Engenharia Civil

05

03

0,60

1

11,4

Enfermagem

03

05

1,67

1

  6,8

Geografia

01

00

0,00

0

  2,2

Outros

01

¾

¾

¾

  2,2

Total da UEVA

44

89

2,02

5

100,0

 Observações:

1) O número de artigos e os percentuais consideram as co-autorias

2) Na verdade, o total de artigos publicados em língua inglesa e indexados no Web of Science em 2020 por pesquisadores(as) da UEVA foi 43, pois há um artigo publicado por uma estudante de iniciação científica que se diz aluna do curso de Ciências Biológicas da UEVA, porém a mesma não faz (e nunca fez) parte do colegiado deste curso.

Áreas de Pesquisa Relacionadas aos Artigos Publicados em Língua Inglesa no Ano de 2020 

Fonte: Clarivate Analytics, por meio da Plataforma Web of Science.

Disponível em: https://www-webofscience.ez11.periodicos.capes.gov.br/wos/woscc/summary/baeb78d7-e1cf-4427-87f6-feec1877cf10-04b41b4b/relevance/1

Acesso em: 16 Ago. 2021.

      

Entretanto, quando se consideram os artigos publicados tanto em língua inglesa como em língua portuguesa, os pesquisadores e pesquisadoras da UEVA contribuíram com 80 artigos publicados em periódicos internacionais (língua inglesa) e indexados na base de dados Web of Science.

O quadro a seguir apresenta os cursos da UEVA que mais contribuíram para a produção científica total publicada em periódicos indexados na base de dados Web of Science.


Curso

No de Artigos Publicados

Somatório das Citações

Média de Citações por Artigo Publicado

H-index (Índice H)

Artigos Publicados por Pesquisadores da UEVA (%)

Química

20

61

3,05

5

25,0

Zootecnia

15

17

1,13

2

18,8

Ciências Biológicas

12

30

2,50

3

15,0

Enfermagem

11

8

0,73

1

13,8

Pedagogia

5

2

0,40

1

6,30

Engenharia Civil

4

2

0,50

1

 5,00

Geografia

4

0

0

0

 5,00

Filosofia

2

0

0

0

 2,50

Outros

7

¾

¾

¾

 8,80

Total da UEVA

80

132

1,65

6

100,0

Observações:

1) O número de artigos e os percentuais consideram as co-autorias.

2) Na verdade, o total de artigos publicados em língua inglesa e indexados no Web of Science em 2020 por pesquisadores(as) da UEVA foi 79, pois há um artigo publicado por uma estudante de iniciação científica que se diz aluna do curso de Ciências Biológicas da UEVA, porém a mesma não faz (e nunca fez) parte do colegiado deste curso.

Áreas de Pesquisa Relacionadas ao Total de Artigos Publicados no Ano de 2020 

Fonte: Clarivate Analytics, por meio da Plataforma Web of Science.

Disponível em: https://www-webofscience.ez11.periodicos.capes.gov.br/wos/woscc/summary/1ca69163-6538-4b08-9260-5c559960f0a5-04913eb1/relevance/1. Acesso em: 16 Ago. 2021.

 


COVID-19: O Que Precisamos Saber Sobre as Variantes do SARS-CoV-2

Por Murilo Sérgio da Silva Julião.

As variantes do SARS-CoV-2 estão emergindo e ganhando força em todo o mundo. O que isso significa para as atuais vacinas e tratamentos para COVID-19?

       Mutações fazem parte da vida. Cada vez que um vírus se replica, há uma chance de que seu código genético não seja copiado com precisão. Esses erros de digitação viajam dentro de novas partículas de vírus à medida que deixam um corpo e se movem para infectar o próximo. Algumas dessas mutações morrem; outras sobrevivem e circulam amplamente; algumas são inofensivas; outras aumentam a infectividade ou permitem que um vírus consiga escapar do sistema imunológico – nestes últimos casos é quando os órgãos de saúde pública passam a considerar essa cepa uma variante de preocupação.

          As trocas ou exclusões de um único aminoácido podem alterar as formas de diferentes proteínas. As mutações podem acontecer em qualquer uma das proteínas do SARS-CoV-2 e podem alterar as propriedades do vírus. Muitas das mutações preocupantes são encontradas numa proteína do tipo spike (pico, prego ou grampo), pois ela é o alvo dos tratamentos com anticorpos e é mimetizada pelas vacinas COVID-19 atualmente autorizadas. Os pesquisadores ficam especialmente preocupados quando erros de digitação ocorrem em duas partes da proteína spike – o domínio com N-terminal, que está no início da proteína e que alguns anticorpos têm como alvo, e o domínio com ligação ao receptor (RBD), que agarra aos receptores ACE2 nas células humanas e inicia o processo de infecção.

          Para entender como as mutações específicas afetam a estrutura e a função da proteína spike e o que essas mudanças significam para os tratamentos e vacinas, cientistas de vários países realizaram diferentes ensaios bioquímicos combinados com microscopia crioeletrônica e modelagem molecular a fim de mostrar como as mutações observadas nas variantes trabalham juntas para alterar a estabilidade da proteína spike.

          No quadro a seguir, estão descritas as variantes de preocupação denominadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da América e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e as emergentes que estão sendo observadas de perto.

Denominação da variante/ Status / Local inicial da detecção

Impacto biológico

Significado para o arsenal de vacinas

B.1.1.7 (Alfa) / Preocupação / Reino Unido

Estudos sugerem que o vírus é cerca de 50 a 70% mais infeccioso.

Dados obtidos em países como Israel sugerem que as vacinas autorizadas continuam a oferecer proteção robusta. Os anticorpos terapêuticos que têm como alvo o RBD ainda funcionam bem, mas aqueles que têm como alvo o domínio N-terminal mostram uma ligação mais fraca em alguns ensaios.

B.1.351 (Beta) / Preocupação / África do Sul

50% mais infecciosa do que o vírus original.

Ensaios clínicos demonstraram que várias vacinas são menos eficazes contra essa variante. Por exemplo, a África do Sul, onde essa variante se generalizou, suspendeu o uso da vacina de vetor adenoviral da AstraZeneca devido ao temor de que ela não seja tão protetora contra essa variante. As vacinas de mRNA parecem superar a redução da neutralização e a Moderna lançou um ensaio de uma vacina modificada para combater essa variante

P.1 (Gama) / Preocupação / Brasil

Aumenta a ligação ao receptor ACE2.

Estudos de laboratório sugerem que as vacinas podem não ser tão protetoras.

B.1.617 (Delta) / Preocupação / Índia

Experimentos de laboratório mostraram que essa variante entra nas células com mais facilidade e se replica com mais eficácia. Estudos epidemiológicos descobriram que é mais transmissível do que a Alfa e por consequência, a Delta tornou-se a variante dominante em muitos países.

Ensaios laboratoriais sugerem que algumas terapias com anticorpos oferecem menos proteção, mas o coquetel casirivimabe-imdevimabe da Regeneron Phamaceuticals e o sotrovimabe da GlaxoSmithKline e da Vir Biotechnology ainda são eficazes contra a variante Delta. Análises iniciais de casos em vários países mostram que as vacinas baseadas em RNA mensageiro e DNA ainda oferecem proteção contra infecção sintomática e internação hospitalar, mas em um nível ligeiramente reduzido. A Pfizer e sua parceira BioNTech anunciaram que estão realizando testes iniciais para determinar se uma terceira dose de sua vacina de mRNA poderia aumentar a proteção. As empresas também estão desenvolvendo uma vacina modificada sob medida para a variante Delta.

B.1.427 e B.1.429 (Epsilon) / Preocupação / Califórnia (EUA)

As primeiras evidências mostraram que essa variante é cerca de 20% mais infecciosa, mas agora parece estar morrendo.

Há vidências de que as vacinas são ligeiramente menos eficazes contra essa variante.

B.1.526 (Iota) e B.1.526.1 / Interesse / Nova Iorque (EUA)

Desconhecido.

Essas variantes podem enfraquecer a força da ligação dos anticorpos ao vírus, mas os efeitos sobre os tratamentos e vacinas ainda são desconhecidos.

Observação: os órgãos de saúde pública designam uma variante de preocupação como aquela que espalha mais, que causa doenças mais graves ou aquela contra a qual as vacinas ou tratamentos são menos eficazes. As variantes de interesse podem estar relacionadas aos grupos de surtos ou ter mutações preocupantes, mas não há evidências suficientes de uma ligação causal.

Fonte: Chemical & Engineering News, v. 99, n. 20, 2021.