sábado, 17 de novembro de 2012

Ciência Hoje On-line: Genômica no consultório


Avanços tecnológicos e redução de custos podem tornar novas técnicas de diagnóstico aliadas poderosas e acessíveis na prevenção e no tratamento de doenças genéticas.

Radiografia, eletrocardiograma, tomografia, ressonância magnética. Apesar das variações nos custos e das limitações dos sistemas de saúde, todos esses exames são, hoje, relativamente comuns e acessíveis e também fundamentais no tratamento de doenças. Passada mais de uma década do sequenciamento do genoma humano, a genômica poderá, em breve, fazer parte desse rol. O diagnóstico é do geneticista Sergio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cujo laboratório já realiza exames clínicos com uma técnica pioneira - prática que, segundo ele, poderá modificar muito o tratamento de doenças genéticas.

O potencial de iminente aplicação clínica da genômica deve-se, em grande parte, à evolução das técnicas de sequenciamento genético. O primeiro rascunho do genoma humano levou 11 anos e custou mais de dois bilhões de dólares para ser realizado. Hoje, o trabalho pode ser feito em uma semana, por alguns milhares de dólares. "A perspectiva é que cheguemos a um custo de mil dólares em pouco tempo, mesma faixa de preço de exames como a ressonância magnética, o que abre as portas para uma aplicação clínica ampla de técnicas genéticas de diagnóstico", defende o geneticista.

Leia a matéria completa na Ciência Hoje On-line, que tem conteúdo exclusivo atualizado diariamente:http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2012/11/genomica-no-consultorio.

(ICH)

Esperança na luta contra o câncer, artigo de Ana Amélia


Ana Amélia é senadora (PP-RS). Artigo publicado no Correio Braziliense de hoje (14).

Portadores de câncer ganharam um direito e uma esperança. Em 30 de outubro, o Senado Federal aprovou, em caráter terminativo, substitutivo da Câmara dos Deputados (SCD nº 32/1997) garantindo prioridade no tratamento aos pacientes diagnosticados com câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em prazo máximo de até dois meses. Esse direito é fundamental, porque aumenta a esperança na cura. Hoje, o tratamento pode demorar seis meses para ser iniciado. Isso prolonga e agrava o sofrimento do paciente e da família após a confirmação da doença.

Quando o projeto for sancionado pela presidente Dilma Rousseff, o SUS terá de agilizar o acesso à terapia. A proposta do ex-senador Osmar Dias, que tive a honra de relatar, no Senado, tem enorme alcance social, pois, quanto mais cedo for iniciado o tratamento com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, dependendo da recomendação do oncologista, maiores são as chances de cura. Para o diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), oncologista Luiz Antônio Santini, "a iniciativa beneficia os pacientes do SUS e melhora a eficácia e a prestação de serviços no tratamento da doença".

O diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp), oncologista Paulo Hoff, usa números alarmantes para chamar a atenção para o problema. São registrados, por ano, 500 mil novos casos de todos os tipos da doença no Brasil. Somente em relação ao câncer de mama, 1 milhão de pessoas desenvolve a doença, anualmente no mundo, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que, até o fim de 2012, pelo menos 52,6 mil novos casos de tumores na mama devem ser registrados. São 35 mulheres brasileiras morrendo, todos os dias, no país, por causa dessa doença, como alerta a líder da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), mastologista Maira Caleffi. Dados da entidade indicam que o diagnóstico antecipado aumenta em 95% as chances de cura. São números preocupantes, que comprovam a importância das ações voltadas ao diagnóstico precoce e à prevenção.

Outro projeto que pode aumentar a esperança dos pacientes, de minha autoria, o Projeto de Lei nº 3.998/2012 inclui, nas coberturas obrigatórias dos planos de saúde, a quimioterapia oral no tratamento da doença, em domicílio. O PL está na Câmara dos Deputados. É iniciativa legislativa inspirada na sugestão do Instituto Oncoguia e objetiva facilitar o tratamento, com rapidez. O projeto recebeu apoio das entidades médicas e tem o aval do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essa parceria fortalece a confiança de que outra boa notícia para os pacientes de câncer está a caminho. Há solidariedade ao projeto também na Câmara.

O câncer é, com certeza, uma das preocupações no Congresso. Atualmente, 530 ações relativas à doença, incluindo projetos, requerimentos e pedidos de audiências públicas tramitam nas duas casas legislativas. São propostas que concedem benefícios fiscais, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de automóvel adaptado para quem sofreu limitações físicas e sequelas após o câncer de mama (linfedema).

O PL nº 241/2011, também de minha autoria, foi proposta pela Femama. O PL nº 645/2011, iniciativa coletiva da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), presidida pelo senador Jayme Campos (DEM-MT), criando incentivos fiscais a pessoas físicas e jurídicas interessadas em apoiar instituições filantrópicas ou privadas dedicadas ao tratamento de câncer, foi resultado de audiência pública com entidades de combate ao câncer. O governo desestimulou o projeto, mas, felizmente, voltou atrás e apresentou idêntico benefício na Medida Provisória nº 563.

A MP, transformada na Lei nº 12.715/2012, cria o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronom), permitindo que empresas e pessoas físicas apliquem parte do Imposto de Renda devido na prestação de assistência na oncologia ou em doações para pesquisas. Em parceria com a advogada Antonieta Barbosa, meu gabinete produziu a cartilha sobre os direitos dos portadores de câncer, inspirada em trechos do livro Câncer - Direito e cidadania, de autoria dessa advogada pernambucana que percorreu os labirintos da legislação para desenhar o mapa da cidadania dos pacientes de câncer.

São ações políticas importantes sobre tema de grande interesse da sociedade. O protagonismo do Congresso nessa matéria tem forte respaldo de entidades médicas filantrópicas públicas e privadas, apoiadoras da causa. Estimular a prevenção, promover pesquisas e facilitar o tratamento do câncer são, sem dúvida, um desafio coletivo.

* A equipe do Jornal da Ciência esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

Manaus sediará Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013


Estão abertas as inscrições online para o 3º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013.

Manaus será a terceira capital a reunir cientistas, pesquisadores, especialistas de diversas áreas e representantes do poder público para discutir importantes temas ligados à "Diversidade tropical e ciência para o desenvolvimento", entre os dias 28 e 30 de novembro no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

O Encontro na capital do Amazonas faz parte da programação das reuniões temáticas em sete capitais e tem como objetivo promover uma ampla discussão nacional para ser levada para o âmbito internacional. As propostas relatadas serão encaminhadas para o Fórum Mundial de Ciência, que será realizado no Rio de Janeiro em novembro de 2013.

Será a primeira vez que o evento ocorrerá fora da Hungria. Com o tema "Ciência para o Desenvolvimento Global", o Fórum é organizado pela Academia de Ciências da Hungria em parceria com Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), International Council for Science (ICSU), American Association for the Advancement of Science (AAAS), a Academy of Sciences for the Developing World (TWAS), o European Academies Science Advisory Council (EASAC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), ABC e o Inpa, o Encontro Preparatório de Manaus abordará os seguintes assuntos:

- Trópico úmido: singularidades, potencialidades, demandas para seu desenvolvimento e o papel da ciência;
- Ciência para o uso de recursos naturais e tropicais;
- Florestas tropicais, mitigação e adaptação a mudanças climáticas;
- Educação e cultura para formação de cientistas e inovadores nos trópicos;
- Ética e ciência na fronteira do conhecimento;
- Ciência para inclusão social e redução da pobreza nos trópicos

O Encontro, programado para acontecer no Auditório da Ciência, contará com a participação especial do pesquisador e professor Edward Osborne Wilson (Harvard University, EUA), com o tema principal "Diversidade tropical e ciência para o desenvolvimento", após a abertura solene composta por autoridades locais e nacionais às 15h do dia 28.

Para atender ao público que não puder comparecer ao evento, o CGEE transmitirá ao vivo as palestras e atividades pela web. A ideia é garantir que pesquisadores, cientistas e profissionais do setor tenham acessos às principais discussões sobre os temas apresentados no Encontro de Manaus.

A Comissão Executiva Nacional do Fórum já realizou dois Encontros Preparatórios. O primeiro aconteceu em São Paulo, entre os dias 29 e 31 de agosto deste ano, com o tema 'Ciência para o desenvolvimento global - da educação para a inovação: construindo as bases para a cidadania e o desenvolvimento sustentável'.

O segundo foi realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), entre os dias 29 e 30 de outubro, com o tema 'Desafios para o desenvolvimento científico e tecnológico nos trópicos'.

As inscrições para o Encontro Preparatório de Manaus podem ser feitas no link: http://fmc.cgee.org.br/index.php?option=com_wrapper&view=wrapper&Itemid=188. A entrada é franca e a transmissão online do evento será por meio do link:http://fmc.cgee.org.br.

(Ascom da SBPC)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Alçapão molecular captura CO2



Filtragem de CO2
            Pesquisadores australianos desenvolveram uma nova técnica para capturar e armazenar dióxido de carbono (CO2) de forma simples e seletiva.

            Os cientistas acreditam que capturar e guardar o CO2 emitido pelas atividades humanas é a única forma de evitar que o aquecimento global atinja níveis perigosos.

            E não apenas guardar, já que o gás é um recurso útil para a fabricação de produtos químicos, combustíveis e até medicamentos.

 

Energia solar transforma CO2 em combustível para carros
           
           No entanto, os processos atuais são ineficientes e exigem várias fases de extração para produzir dióxido de carbono puro o suficiente para sua reutilização ou armazenagem.

 
Nanopeneira

            Uma das técnicas mais usadas para a captura do dióxido de carbono é através de uma peneira molecular, um sistema de filtragem ultrafina que captura uma variedade de moléculas, que precisam depois ser separadas por meio de mais filtragens, até se obter apenas o CO2.

            Agora, Jin Shang e seus colegas da Universidade de Melbourne desenvolveram uma nanopeneira com uma dupla vantagem.

            A primeira é que ela possui um mecanismo de abre e fecha, parecido com um alçapão, que não deixa a molécula de CO2 retornar, aumentando a eficiência e diminuindo a necessidade de energia para a filtragem.

            O segundo é que nanopeneira é seletiva, capturando apenas as moléculas de dióxido de carbono, eliminando assim a necessidade de refiltragens e gerando um gás puro.

 

Purificação de gás natural

            "Os resultados sugerem que este novo material terá importantes aplicações para purificação de gás natural. Muitos campos de gás natural contêm dióxido de carbono em excesso, que deve ser removido antes que o gás possa ser liquefeito e enviado para uso," explicou o professor Paul Webley.

            Tão logo a molécula de CO2 passa pela nanopeneira, o alçapão molecular se fecha, aprisionando-a.

            "Temos um novo material que é capaz de separar o dióxido de carbono de qualquer vapor, como a exaustão das usinas termoelétricas ou das fontes de gás natural. Embora não possamos mudar a indústria de uma vez só, estamos oferecendo uma ponte para uma solução viável," disse Webley.