terça-feira, 18 de junho de 2013

Mensagem do presidente da SBQ sobre o dia do Químico!

Prezado(a)s Químico(a)s membros da SBQ


Hoje comemoramos o dia do Químico, mas a Química deve ser comemorada todos os dias, pois os produtos desenvolvidos por seus profissionais são importantes para o crescimento econômico do país e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Cada Químico é responsável por uma pequena parcela do PIB-Químico do país. Os Químicos representam uma parte dos membros da SBQ, e eles atuam de forma expressiva no desenvolvimento da Comunidade Química do País apoiando novos talentos e lideranças, estabelecendo padrões acadêmicos, científicos, assessorando as agências de fomento à pesquisa e zelando pela crença na ética e integridade da ciência. 

O Brasil precisa de ações urgentes e o Químico pode contribuir em muito nas soluções dos problemas, na melhoria da qualidade de vida dos nossos cidadãos, na solução de problemas do meio ambiente, ou seja, nas principais questões envolvendo os seres humanos como o centro das preocupações para o desenvolvimento social e econômico. 

Nós, Químicos, no dia de hoje, desejamos maior reconhecimento por parte dos empresários que, muitas vezes pagam salários incompatíveis face à importância desses profissionais para o desenvolvimento do país. Desejamos que os cidadãos compreendam que por trás de tudo que existe no dia-a-dia, sejam alimentos, fármacos, materiais de uso diário, etc., tem a participação de um Químico. Desejamos também a melhoria das condições de trabalho dos Químicos e dos professores de Química em todos os níveis. Finalmente, a SBQ deseja que esse dia seja comemorado com muito orgulho pelos profissionais da Química, por tudo que eles fazem em prol desse país. 


Vitor Francisco Ferreira
Presidente da SBQ

18 de Junho. Dia do Químico!


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Guerra de Informação

Fonte da Imagen 

Reportagem de O Globo mostra que, com escândalo de espionagem nos EUA, historiadores revisitam métodos de governos de demonstrar poder



A guerra de informações nunca foi tão ostensiva no planeta. Enquanto os Estados Unidos explicam o que os serviços secretos faziam com dados de e-mails de milhões de cidadãos; os governos americano e britânico, em meio a denúncias, mantêm a campanha para justificar a seus respectivos eleitores suas ações no Oriente Médio. A primeira década do século XXI marca o uso sem precedentes da propaganda por governos e grupos de protestos. A tecnologia digital - como comprovou o WikiLeaks - criou novos caminhos para que as pessoas desafiem e critiquem as mensagens do Estado. Esse é um dos recados da exposição "Propaganda: poder e persuasão", que acaba de ser inaugurada pela British Library, na capital britânica.

A mostra reúne uma série de propagandas de Estado divulgadas do início do século XX até hoje. Boa parte vem do acervo da própria biblioteca. Segundo o curador da exposição, Ian Crooke, a exposição debate as formas como uma informação pode ser usada.

- A propaganda, como vemos na exposição, mudou ao longo dos anos. Ela foi se adaptando para atingir os diversos públicos - afirmou.

Crooke também ressaltou que, com o avanço de sites como o Twitter e o Facebook, a autoria dessas peças de publicidade, antes restrita a um pequeno setor, tornou-se muito mais aberta:

- As mídias sociais transformaram todos em potenciais propagandistas.

Este fenômeno aumentou o desafio do Estado. Antes detentor do monopólio da informação, ele, agora, precisa lidar com diversas fontes. Divulgar sua mensagem torna-se cada vez mais difícil.

Dependência dos governos
Segundo um cartaz da exibição, "a guerra de longa data contra o terror e os combates no Iraque e Afeganistão apresentaram um novo desafio para governos, organizações militares e cidadãos em busca de informações. O governo confia à mídia a função de disseminar muitas das suas mensagens, mas a credibilidade (dos meios de comunicação) se sustenta na percepção de (sua) independência".

A tentativa de afirmação desta independência pode ser refletida, por exemplo, nas edições dos jornais britânicos "Daily Mail" e "Daily Mirror", quando questionaram o fato de que jamais foram encontradas armas de destruição no Iraque. O governo britânico usou a suposta existência do arsenal como desculpa para invadir aquele país.

As salas interativas da exposição mostram as diferentes finalidades da propaganda, da incitação à guerra ao combate de doenças. Seja qual for a razão, os governos são os que mais tentam validar e justificar suas ações pela publicidade. Dependem dela para obter a aprovação do povo e influenciar o seu comportamento.

Logo na entrada, há cartazes gigantes de algumas personalidades que melhor souberam usar a propaganda para conquistar as massas - uma lista que abrange nomes como Mao Tsé-tung, Joseph Stalin, Evita Perón, Winston Churchill e Adolph Hitler.

Estes personagens são recentes, mas a propaganda é uma prática muito antiga - anterior, inclusive, a seu próprio nome. Ela estava na Antiguidade, em moedas cunhadas com o busto dos governantes que deveriam ser amados; em grandes monumentos e esculturas romanos; em retratos a óleo feito por artistas para eternizar a face da realeza. Mas foi apenas no século XVII que surgiu a palavra em latim "propagare", adotada pela Igreja Católica para referir-se à disseminação de crenças e doutrinas.

Os impérios mudam de tamanho
A autoafirmação obtida pela propaganda entorta até a geografia. No livro "No rumo do Império", escrito por Henrique Galvão em 1934, o mapa "Portugal não é um país pequeno" mostra uma imensa mancha alaranjada avançando sobre o Leste Europeu, chegando a países como Hungria e Bulgária. O motivo: a nação lusitana teria este tamanho se também fossem consideradas suas colônias africanas: Angola e Moçambique.

O livro foi produzido para apoiar a Primeira Exposição Colonial Portuguesa, comemorar o expansionismo do país e estimular o orgulho nacional. Depois do evento, o mapa passou a ser usado nas escolas pelo país, mostrando que Portugal era tão grande ou mesmo maior que outros países europeus.

Poucos anos antes, o Reino Unido havia adotado uma tática semelhante. Em 1927, um cartaz destacou o volume recorde de exportações do país para a Índia: "Apoie seu melhor consumidor pedindo sempre produtos do Império."

As grandes exposições e feiras mundiais são exemplos recorrentes de como os governos podem se promover tanto nos seus mercados internos quanto no cenário global. Mas a reafirmação dos Estados também pode ser feita de maneiras menos comuns, como a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética durante a Guerra Fria.

Imagem manipulada de líderes
A mostra destaca materiais que exaltam líderes como Hitler, normalmente presente sozinho nas peças publicitárias - uma demonstração de que ele é o chefe absoluto. Outro devoto da propaganda era Joseph Stalin. Em uma ilustração, o ríspido ditador soviético aparece em uma montanha da Geórgia, sua terra natal, lendo um livro de poesias. Desta forma, tentava-se convencer a população de que, à sua frente, estava um comandante esclarecido e preparado.

Stalin, aliás, era tão ciente da importância de sua imagem que, para sustentar o seu mito, apagou as peças publicitárias que exaltavam seu rival e contemporâneo, Leon Trotski. O ditador soviético se considerava o herdeiro natural de Vladimir Lênin, líder da Revolução Russa. Lênin e Stalin aparecem juntos, em uma ilustração da revista "A União Soviética", publicada em meados dos anos 1950. Era mais uma forma de exaltá-los como arquitetos do comunismo e a continuidade do regime.

Também foi pela propaganda que os americanos venderam títulos da guerra para levantar fundos com as mensagens "Garanta liberdade de expressão, compre bônus da guerra". Durante a Primeira Guerra Mundial, um cartaz e seu slogan ficaram famosos mundialmente. Nele, o "Tio Sam" aponta para frente, mirando os jovens do país, e intimando: "Eu quero você no Exército dos Estados Unidos".

(Vivian Oswald / O Globo)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Teste rápido detecta pesticida em alimento



Biossensor criado pela Universidade Federal de Mato Grosso usa nanotecnologia para encontrar contaminação. Aparelho foi desenvolvido para achar agrotóxico que, apesar de banido, continua a ser usado

 
          Pensando na proteção dos trabalhadores e nos consumidores de alimentos, um esforço conjunto da USP e da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) criou um teste rápido e portátil para detectar a presença de um pesticida cujo uso foi banido no Brasil, mas que ainda é encontrado em lavouras, sobretudo no Centro-Oeste.

          Hoje, a identificação do metamidofós depende de exames laboratoriais. Estados que não dispõem dessas estruturas precisam enviar suas amostras a outros lugares --principalmente São Paulo e Rio de Janeiro-- para detectar a substância, processo que leva até dez dias.

          Com o novo método, o agrotóxico é identificado em mais ou menos 30 minutos.

          "A detecção clássica de pesticida requer treinamento de pessoal e uso de equipamentos complexos, além da resposta demorada. Com a utilização do biossensor, daria para treinar o próprio produtor e os trabalhadores. É fácil de usar e ainda dá para levar no bolso", afirma Izabela Gutierrez de Arruda, autora do trabalho.

          Natural de Cáceres, em Mato Grosso, a pesquisadora diz que a realidade da agricultura em seu Estado, no qual trabalhadores rurais sofrem com a intoxicação pelo metamidofós, inspirou sua pesquisa.

          As propriedades desse pesticida fazem com que ele seja prejudicial para as funções neurológicas. Além disso, também causa danos aos sistemas imune, reprodutor e endócrino.

 

O TRABALHO

          O conjunto funciona nos moldes de um leitor de glicose usado por diabéticos.

          Uma fita, que serve como reagente, é inserida no material a ser testado e, depois, colocada em um aparelho.

          O biossensor é uma película finíssima contendo a enzima acetilcolinesterase que, quando entra em contato com as moléculas do metamidofós, tem sua ação inibida. Isso diminui a produção de prótons, mudança que é "lida" pelo aparelho, levando à indicação dos índices de contaminação na amostra.

          O dispositivo detecta o agrotóxico na água e também nos alimentos --que precisam ser liquidificados antes de passar pelo exame.

 

OUTROS USOS

          "Com esse mesmo princípio, seria possível identificar também outros agrotóxicos das classes dos organofosforados ou carbamatos [que incluem outros produtos em uso no Brasil]", completa a pesquisadora.

          Responsável por "abraçar" o projeto no IFSC (Instituto de Física de São Carlos) da USP, o professor Francisco Eduardo Gontijo Guimarães destaca o uso de tecnologia avançada, mas que cabe na palma da mão.

          "O uso de nanomateriais potencializou os efeitos da enzima e acelerou o processo", explica o pesquisador.

          Orientador do trabalho, Romildo Jerônimo Ramos, da Universidade Federal de Mato Grosso, diz que a pesquisa tem também um aspecto social muito importante, facilitando a identificação da contaminação dos lençóis freáticos e evitando que trabalhadores e moradores de regiões rurais sejam atingidos por seus graves efeitos.

          O biossensor já foi registrado. A descoberta foi a primeira patente da Universidade Federal de Mato Grosso.

          O grupo do estudo, que contou ainda com a participação do pesquisador NirtonCristi Silva Vieira, aguarda agora investimentos para dar prosseguimento ao projeto, sobretudo vindo de empresas e indústrias. Os custos do aparelho devem ficar entre R$ 100 e R$ 200, mas podem ser reduzidos a depender da escala de produção.

(Giuliana Miranda/Folha de S.Paulo)

RedPop pede fortalecimento de políticas públicas de divulgação da ciência na região da América Latina e Caribe



Texto intitulado "Declaração de Zatecas" reúne ideias dos participantes XIX Congresso Nacional de Divulgação da Ciência e da Técnica, realizado no México.
 

          Os divulgadores de ciência, jornalistas científicos e cientistas participantes da XIII Reunião da RedPop (Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e Caribe) e do XIX Congresso Nacional de Divulgação da Ciência e da Técnica, do México, realizados na cidade de Zacatecas (México) de 20 a 23 de maio de 2013, reuniram suas ideias num documento final batizado de "Delcaração de Zatecas". Em linhas gerais, os pesquisadores e divulgadores defendem que a divulgação de C&T é fundamental na transformação social, cultural, política e económica.

          Segue a íntegra do texto, que contou com a tradução do professor Ildeu de Castro Moreira, da UFRJ.

 

Declaração de Zatecas

          É imprescindível a incorporação da ciência e da tecnologia na cultura geral da população para promover a inovação e para uma formação cidadã que possibilite a tomada de decisões bem informadas, de maneira crítica e criativa, tanto no nível pessoal quanto no coletivo, e que contribua para o desenvolvimento de uma sociedade equitativa, inclusiva e sustentável.

          A divulgação da ciência e da tecnologia é fundamental na transformação social, cultural, política e econômica de nossos países. Também é importante para a educação ao longo da vida das pessoas; por isto, ela deve alcançar todos os setores da população.

          Em função das considerações anteriores, reconhecemos a importância de:

1. Impulsionar e consolidar políticas públicas em níveis nacionais e locais, que apoiem e fortaleçam as ações de popularização de ciência e da tecnologia, aí incluídos recursos e incentivos adequados.

2. Reconhecer e valorizar a atividade de divulgação da ciência, como uma profissão e como uma atividade relevante das instituições que a realizam.

3. Promover e intensificar o intercâmbio e a colaboração entre nossos países e entre as instituições que realizam a divulgação da ciência e tecnologia para ampliar o seu alcance, trocar experiências e apoiar comunidades com menor desenvolvimento nesta área.

4. Apoiar e ampliar as pesquisas sobre comunicação da ciência e sobre a avaliação de seus produtos e atividades.

5. Estimular a formação e atualização, diversa e plural, dos comunicadores da ciência em todos os níveis e formatos, de acordo com as necessidades específicas de cada contexto.

6. Reconhecer as origens multiculturais da ciência e que ela é parte da cultura. As culturas e conhecimentos locais devem ser considerados nas atividades de popularização da ciência.

          Comprometemo-nos a lutar e contribuir para a realização destas ações, avançando assim em direção à apropriação social da ciência e da tecnologia. Além disso, durante as reuniões bianuais de RedPop, faremos um balanço dos avanços alcançados. A próxima reunião ocorrerá em maio de 2015 em Medellín, Colômbia.

          Para aderir a esta declaração favor enviar mensagem para declaracionzacatecas@grupoquark.com

 

Estudo desvenda aspectos importantes para a compreensão da leishmaniose


Matéria da Revista Fapesp detalha o trabalho de pesquisadores da USP que teve artigo publicado na Nature Medicine

Dois macrófagos (azul) expressando uma das moléculas do inflamassoma (verde) e infectados com Leishmania amazonensis (vermelho).

          Um grupo de pesquisadores brasileiros que busca entender em detalhe os mecanismos de imunidade contra a leishmaniose acaba de conseguir uma contribuição importante. O Acadêmico Dario Zamboni, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, e seus colaboradores mostraram o papel de um conjunto de proteínas chamado inflamassoma nessa batalha, em artigo publicado neste domingo (9/6) no site da Nature Medicine. O trabalho foi realizado inteiramente em seu laboratório no interior paulista, no âmbito de um projeto do Programa Jovens Pesquisadores da FAPESP.

          Para conferir o artigo na íntegra, clique aqui.

          A leishmaniose é uma doença silenciosa no que diz respeito à ativação do sistema imunológico. Os protozoários do gênero Leishmania que causam tanto a versão visceral como a tegumentar se alojam dentro das células sem matá-las, e não assolam o organismo inteiro como acontece em muitas infecções bacterianas. "Uma lesão cutânea de leishmaniose pode permanecer por meses sem cicatrizar", conta o biólogo Dario Zamboni. Em parte por isso, Leishmania é um parasita pouco detectado pelo sistema imunológico.

          Já se sabia que uma arma importante usada pelo sistema imunológico é o óxido nítrico, molécula que cumpre uma infinidade de funções no organismo, incluindo a defesa contra micróbios que causam doenças. "Ninguém sabia as vias de sinalização que levam à produção de óxido nítrico durante a leishmaniose", explica o pesquisador. O estudo coordenado por ele examinou o efeito da infecção por Leishmania em células de defesa (macrófagos) de camundongo in vitro, e também nos animais vivos. Descobriram que a infecção induz a agregação, dentro das células dos roedores, das proteínas que formam o inflamassoma. Este, por sua vez, altera outra molécula importante do sistema imunológico, a interleucina 1-beta (IL-1β), tornando-a ativa. A IL-1β funciona como uma mensageira imunológica: sai da célula e circula até encontrar outra célula infectada, em cuja superfície se liga a receptores que desencadeiam a sinalização para a síntese de óxido nítrico.

          O mecanismo funciona, o estudo mostrou, para as espécies Leishmania amazonensis e L. brasiliensis, causadoras da leishmaniose tegumentar, e L. infantum chagasi, responsável pela forma visceral da doença. Em L. major, menos comum no Brasil, o estudo mostrou que os parasitas ativam o inflamassoma, mas esse efeito não é necessário para controlar a infecção. Ainda não está claro o que está por trás dessa diferença.

          Apesar de ter estudado apenas camundongos nesse trabalho, Zamboni acredita que o mesmo aconteça em seres humanos. "Outros estudos mostraram que mutações em genes que participam da sinalização por IL-1β também afetam a suscetibilidade à leishmaniose em seres humanos", explica.

          A esperança é contribuir para possíveis tratamentos, mas esse ainda é um objetivo distante no horizonte. Não haverá uma solução simples como cápsulas de IL-1β, inclusive porque desequilíbrios nos teores e no funcionamento dessa molécula estão por trás de uma série de doenças auto-inflamatórias. "Entender a doença, assim como os mecanismos de resistência, é fundamental para se desenvolver uma terapia racional e vacinas contra essa doença", afirma Zamboni. Nesse caso, ele busca inspiração no que determina o sucesso - ou não - do próprio sistema imunológico nesse combate.

          "O trabalho de Dario Zamboni e coautores é daqueles que desatam nós", comenta Walter Colli, do Instituto de Química da USP (IQ-USP). "Muitos patógenos que infectam células do sistema imune sobrevivem no interior dessas células estabelecendo uma convivência, já que nem destroem o hospedeiro nem são por ele destruídos. O hospedeiro combate o invasor, controlando a infecção. É como se fosse estabelecido um equilíbrio que torna a doença de progressão lenta, ainda que sempre presente." Em sua avaliação, o trabalho de Zamboni elucida esses mecanismos e dá um passo para compreender como o sistema imunológico combate esse e outros intrusos.

          Colli ressalta que Zamboni faz parte de uma linha de pesquisa com destaque no Brasil: fez Iniciação Científica no laboratório de Isaac Roitman na Universidade de Brasília e doutorou-se sob a orientação de Michel Rabinovitch, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Depois de um pós-doutorado na Universidade Yale com Craig Roy, Zamboni se instalou na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Dois alunos de Zamboni já foram agraciados com prêmios outorgados pela Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz) por trabalhos apresentados sobre receptores presentes nas células do sistema imune que participam da detecção e do controle de Leishmania e de Trypanosoma cruzi, um indício de que a escola de pensamento em que se formou continua a render frutos. "A lista de colaboradores de Zamboni mostra que, em algumas áreas, já temos massa crítica para atuar coletivamente com projetos ousados e inovadores que visem, mais do que a quantidade, a qualidade em nossa produção científica", avalia o professor do IQ-USP.

(Maria Guimarães / Revista Pesquisa FAPESP)

 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Após projetar avião, garoto de dez anos disputa título de gênio mirim

Hugo, de dez anos, é um dos 21 participantes de um concurso da Mensa, a associação internacional que reúne pessoas que alcançam, em testes padrão de QI, um índice de acerto de 98% ou superior. Entusiasta de trens e de engenharia, tendo projetado um avião que pretende construir quando for mais velho, Hugo é uma das 21 crianças entre 7 e 11 anos que estão competindo pelo título de gênio mirim da Grã-Bretanha.

Para jovens brasileiros, tecnologia é caminho para o sucesso

Fonte da imagem: ==>  

Pesquisa da Telefónica e Financial Times aponta o otimismo dos latino-americanos em relação à tecnologia, segundo reportagem da Exame




Em comparação com outros países, os jovens brasileiros têm uma visão muito positiva da tecnologia que, para eles, é o caminho para ter sucesso pessoal e contribuir para um mundo melhor. A constatação é de uma pesquisa realizada pela Telefônica com o jornal Financial Times.

A pesquisa foi feita via internet com 12 mil jovens de 27 países, incluindo cerca de mil brasileiros. A faixa etária vai de 18 a 30 anos. Ela mostra que, no Brasil, 57% dos jovens acham que o avanço tecnológico reduziu a distância entre ricos e pobres. No mundo, só 38% concordam com isso.

E 71% dos brasileiros acreditam que a tecnologia cria mais oportunidades para todos - não só para um grupo restrito de pessoas. Esse otimismo também aparece em outras questões. 75% acreditam que terão oportunidade de se tornar empreendedores. A média mundial é 64%.

Essa atitude positiva também é vista em outros países da América Latina incluídos na pesquisa (Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México). 85% dos latino-americanos acham que a tecnologia torna mais fácil conseguir um emprego.

E, no mundo inteiro, quando se pergunta o que é preciso estudar para ter sucesso na vida, a tecnologia aparece em primeiro lugar. Na América Latina, essa é a escolha de 34% dos jovens consultados.

Os latino-americanos se consideram avançados em tecnologia. 32% concordam totalmente que estão na ponta do avanço tecnológico (contra 19% no mundo inteiro). Mas há diferença entre os sexos. O percentual entre os homens é 39%. Entre as mulheres, 25%.

A diferença é maior quando se pergunta se a tecnologia influi no sucesso na vida. 44% dos homens dizem que sim, contra 22% das mulheres. Essa diferença também existe em outros continentes, mas é menor neles.

Para a maioria dos jovens ouvidos pela Telefônica, o acesso à tecnologia não é um problema (como a pesquisa foi feita via internet, ficaram fora as pessoas sem acesso à rede).

68% dos latino-americanos consultados dizem possuir um smartphone(a média mundial é 76%). Eles passam 7 horas conectados por dia, uma hora a mais que o tempo médio considerando o mundo inteiro.

Outra atitude que se destaca entre os brasileiros e demais latino-americanos é ter mais certeza do que farão no futuro do que os jovens de outros continentes. No Brasil, 39% dizem saber exatamente onde querem estar daqui a dez anos.

Considerando toda a América Latina, são 48%. Os dois números ficam bastante acima da média mundial, de 26% que sabem aonde querem chegar.

Com base nos resultados da pesquisa, a Telefônica identificou um grupo que ela chama de líderes do milênio. São os jovens que afirmam estar na ponta da tecnologia, acreditam que podem fazer diferença em seu país e acham que podem ser empreendedores.

"Esses líderes de amanhã acreditam que melhorar a educação e torná-la mais acessível é a melhor maneira de fazer diferença no mundo. Eles também acreditam que, para ter sucesso pessoal, devem estudar tecnologia", diz José María Álvarez-Pallete, principal executivo de operações da Telefônica, num comunicado da empresa

O Brasil é o nono país onde a porcentagem de líderes é maior. Aqui, 18% dos entrevistados atendem aos três requisitos. No mundo, só 11%. O país em melhor situação nesse aspecto é a Colômbia, com 27%.

Na análise da Telefônica, esse grupo é mais influenciado pela tecnologia e investe nela para ter sucesso na vida. Os líderes também são mais otimistas que os demais entrevistados. E são muito comprometidos com a carreira profissional.

(Revista Exame)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Universidade do México desenvolve contraceptivo oral para homens


Investigadores da Universidade Nacional Autónoma do México estão desenvolvendo um contraceptivo oral masculino. Ao contrário do comprimido feminino, não vai conter hormônios nem provocar efeitos secundários. Um grupo de investigadores do Instituto de Biotecnologia da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM) desvendou, através de um estudo da composição dos espermatozóides, que dentro destes existem canais iónicos (proteínas - dentro das células - que permitem a passagem de substâncias) que albergam o cálcio e o potássio - proteínas fundamentais ao espermatozóide, que lhe permite mover-se corretamente.

Doenças mentais e neurológicas atingem cerca de 700 milhões de pessoas, alerta OMS


As doenças mentais e neurológicas atingem aproximadamente 700 milhões de pessoas no mundo, representando um terço do total de casos de doenças não transmissíveis, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os especialistas advertem que pelo menos um terço dos que sofrem com problemas mentais e neurológicos não tem acompanhamento médico. A revelação está no Plano de Ação para a Saúde Mental 2013-2020.

Ao longo desta semana, especialistas estarão reunidos para discutir o assunto, em Genebra, na Suíça, durante a Assembleia Mundial da Saúde. O  Plano de Ação para a Saúde Mental 2013-2020 mostra que as doenças mentais representam 13% do total de todas as doenças do mundo e são um terço das patologias não transmissíveis.


Segundo as estimativas, cerca de 350 milhões de pessoas deverão sofrer de depressão e 90 milhões terão uma desordem pelo abuso ou dependência de substâncias. A OMS define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração.

A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, mas, na forma moderada ou grave, as pessoas precisam de medicação e tratamentos profissionais. Segundo a OMS, quanto mais cedo começa o tratamento, melhores são os resultados.

Vários fatores podem levar à depressão, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Estudos mostram, por exemplo, que uma em cada cinco mulheres que dão à luz acaba sofrendo depressão pós-parto. Especialistas recomendam que amigos e parentes das pessoas que sofrem de depressão participem do tratamento.

As doenças neurológicas, segundo especialistas, deverão afetar 50 milhões de pessoas, entre elas a epilepsia - doença cerebral crônica que se caracteriza por convulsões recorrentes que podem levar à perda da consciência. Aproximadamente 35 milhões de pessoas deverão sofrer do Mal de Alzheimer, síndrome crônica ou progressiva que leva à perda das funções cognitivas, entre outros distúrbios.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa